1. |
Luzes
03:27
|
|||
Tudo começa com a corda desafinada
E a necessidade de propagar a grandeza da desilusão
A profundidade das covas
E dos sepulcros finais
As Luzes pálidas nos observam dançar
As estátuas querem dizer tudo
Que lhes está petrificado
Mas como as bruxuleantes luzes desta noite
Elas apenas nos olham dançar
Quando fechamos os olhos nos resta o som
Lá fora são abafados os gritos
De uma cidade febril
Imersa em falsos sorrisos
Cigarros vazios e gostas de vinho
E nós, unidos, como um só nervo dançante
Esquecemos que já estamos mortos há tempos
E sorrimos, e dançamos
Observados pelas Luzes
Que debocham e riem de nós
|
||||
2. |
As traças e os ratos
03:55
|
|||
Surrado
Meu véu humano
Mais bonito e mais barato
E o que mais
Além de outro
Para as traças
Para os ratos?
Pela manhã
Ilustro o amor
Deixo os ossos
Desempoeirados
Pela manhã
Deixo cair
Um ou outro
Souvenir
No rádio
Antigas músicas
Que hoje evocam
Essências intrusas
Continuo
engessado
a ouvir
Surrado
Roído por traças
E por ratos
Meu véu humano
Mais bonito
E mais barato
|
||||
3. |
O Homem Coelho
04:17
|
|||
Eu vi um legado de coisas grotescas
Semeado como a flor das gerações
E se eu te dissesse
Que Fora da toca
Os Homens - Moeda
Contorcem seus corpos
Como dançarinas varejeiras
Em suas de-composições?
Fora da toca, eu vi
Uma procissão de sombras
E mentiras, e ossos, e dor
O crucifixo da mariposa
Queimada na luz do dia
E na boca seca
Com sede e ferida
Eu vi a falta
De resposta
Divina
Fora da toca há pessoas
Que envelheceram
E você bem sabe que eu
Morrerei criança
E você bem sabe
Que os nossos grandes
Bigodes e orelhas
Nunca vão suportar
Os ruídos da indústria
Fora da toca, eu vi
O caracol que se arrasta
Na lama do tédio
O choro de mil bebês
Desesperados
E o amor maior de todos
Os cemitérios
|
||||
4. |
Aracne
02:23
|
|||
Eu acordo e percebo
O eterno compasso
Da repetição
Eu estive olhando uma porta fechada
E todas as vezes que tentei adentrá-la
Eu sujei meus pés no lodo
Das minhas ossadas
Nas paredes mofadas
Do mero ser
Aracne produz
Extensos véus
Moscas vieram
E se prenderam ali
Aracne guarda
Seus corpos velados
Museu
De amores
Ressecados
|
||||
5. |
Últimos dias
02:40
|
|||
Eu o vi dançar uma vez
Perto da estátua de Balzac
Seu rosto estava lindo
Seus passos eram graciosos
Pavoneando-se com a música
Ele sorria
Ele foi tudo aquilo
Que eu fui um dia
Então eu guardei
Aquele momento
Na minha memória
Para estar lá
E me confortar
Nos meus últimos dias
Nos meus últimos dias
|
Permaneço Deitada Juiz De Fora, Brazil
A Brazilian darkwave/post-punk band formed by Bira L. Silva and Yugh Synth
Streaming and Download help
If you like Permaneço Deitada, you may also like:
Bandcamp Daily your guide to the world of Bandcamp